segunda-feira, 30 de maio de 2011

TGV bate record mundial de velocidade ferroviária




A 18 de Abril de 1990, um TGV da SNCF (Societé National des Chemins Français) especialmente adaptado para este efeito e designado por 325, alcançou a fantástica velocidade de 515,3 Km/h, sendo assim, detentora do recorde mundial de velocidade ferroviária.
Esta proeza técnica aconteceu na nova linha de alta velocidade Paris Tours, alguns meses antes da sua entrada em serviço.

A composição TGV- 325 era construída por duas cabeças motoras TGV Atlantique, enquadrando apenas 3 carruagens, uma delas convertida em laboratório de ensaios. O diâmetro das rodas foi ligeiramente aumentado, assim como a tensão eléctrica da catenária e melhorado o aerodinâmismo da composição.  

Este anterior recorde foi no entanto ultrapassado a 3 de Abril de 2007, com um TGV Duplex, da SNCF especialmente adaptado e designado por V 150, que alcançou a incrível velocidade de 574,8 km/h, sendo assim novamente detentora do recorde mundial de velocidade ferroviária.
Esta nova proeza técnica aconteceu na nova linha de alta velocidade Paris Estrasburgo, dois meses antes da sua entrada em serviço.


António Vasconcelos

Centenário da morte de Gustav Mahler

Em 13 de Dezembro passado apresentei um post em que tratava da comemoração, em 2010, dos 150 anos do nascimento deste grande compositor e maestro. Nele concentrei a minha atenção na sua biografia.

Em 18 de Maio completou-se um século sobre a sua morte.
Não podia deixar passar esta efeméride sem a referir. Desta vez entendo que devo concentrar-me na sua obra de compositor.

Nesse dia 18/5 saiu no Público um excelente artigo, assinado por Cristina Fernandes, pelo que resolvi retirar alguns excertos, dado que é demasiado longo.

“Gustav Mahler queria abarcar o mundo
"Uma Sinfonia deve ser como o mundo, deve conter tudo." Esta forte convicção de Gustav Mahler (1860-1911) foi levada pelo compositor e maestro austríaco às últimas consequências, de tal forma que é difícil imaginar um legado sinfónico mais abrangente ou desenvolvimentos futuros que acrescentassem etapas a um caminho que tinha chegado ao auge. Quando faleceu a 18 de Maio de 1911, faz hoje um século, no Löw Sanatorium de Viena, vítima de uma infecção estreptocócica, Mahler contava com admiradores incondicionais (incluindo maestros como Bruno Walter e Willem Mengelberg que se tornariam referências na interpretação da sua obra), mas também com detractores. A crítica e o público da época nem sempre compreenderam devidamente uma linguagem que misturava elementos aparentemente antagónicos, que tanto podiam remeter para a esfera do sublime como para a vulgaridade terrena, ou os efeitos pouco convencionais em termos de orquestração, frequentemente objecto de caricatura na imprensa.

Não obstante o sucesso da Sinfonia nº8 na estreia em Munique em 1910, junto de uma audiência que incluía figuras tão ilustres como Richard Strauss, Schoenberg, Max Reinhardt e Thomas Mann, não era ainda completamente claro que Mahler viesse a adquirir um lugar proeminente na História da Música. O próprio compositor usava várias vezes a expressão "o meu tempo ainda está por chegar" e após a sua morte passaram várias décadas até à consagração definitiva na década de 1960 graças ao impulso dado por Leonard Bernstein na reabilitação do legado sinfónico mahleriano após a II Guerra Mundial….
Na entrevista que concedeu ao Ípsilon em Abril de 2009 a propósito de um concerto com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, o maestro Michael Zilm definiu Mahler como "um compositor cuja música transmite todos os sentimentos da humanidade." A produção de Mahler tem sido central na carreira deste maestro alemão, convidado habitual das principais orquestras portuguesas e estudioso das partituras originais do compositor austríaco. "Atrai-me o gosto que Mahler tem pelos extremos, a sua mistura entre música popular e música elevada, entre melancolia e felicidade, ternura e a violência. Ele faz a ponte entre o século XIX (Bruckner, Brahms, Wagner) e o século XX (Schoenberg e a 2ª Escola de Viena). É todo um universo."…

A produção de Mahler distribui-se por duas áreas principais que se contaminam mutuamente: a Sinfonia e o Lied, com acompanhamento orquestral. As canções compostas na juventude e os primeiros grandes ciclos escritos antes de 1901 - Lieder eines fahrenden Gesellen e Des Knaben Wunderhorn- têm uma profunda marca do universo literário de origem popular, ainda que filtrado pela tradição erudita na recolha de Arnim e Brentano que deu origem a esta última série. O uso da orquestra como um imenso reservatório de cores, ambientes e sugestões trouxe a estes textos uma poderosa e complexa carga expressiva. O Lied foi para Mahler uma espécie de laboratório sinfónico. Foi o principal fermento das primeiras quatro Sinfonias e não desapareceu totalmente das seguintes. Está presente na Quinta (Ich bin der Welt dos Rückert Lieder é citado no famoso Adagietto) e na Sexta (Revelge). A partir desta época, os alicerces criativos de Mahler tornam-se mais instrumentais do que vocais, mas a voz reaparece em grande pujança na Sinfonia nº8 (1906) e na Canção da Terra (1909), para contralto e tenor solistas, uma obra que realiza a fusão entre os dois géneros…”

Ao meu texto de 13 de Dezembro pretendo acrescentar excertos da segunda sinfonia



Hoje quero mostrar uma outra faceta de Mahler; 3 das suas maravilhosas canções do ciclo Des Knaben Wunderhorn.

1)   Em 1968 Christa Ludvig interpretou URLICHT dirigida por Bernstein 
Um crítico escreveu que trata-se da GRAVAÇÃO DEFINITIVA deste Lied, vamos ouvi-la


Poderá seguir o texto desta canção, em várias línguas, AQUI.

2)    Os célebres cantores Elisabeth Schwarzkopf e Dietrich Fischer-Dieskau interpretaram de forma magistral a canção Wo die schönen Trompeten blasen


Poderá seguir o texto desta canção, em várias línguas, AQUI.

3)    Em Março de 1968 Dietrich Fischer-Dieskau e a orquestra Sinfónica de Londres sob a direcção de George Szell, interpretaram a canção REVELGE.


Poderá seguir o texto desta canção, em várias línguas, AQUI.

Tenham uma boa audição usando preferencialmente uns auscultadores de boa qualidade pois, em Mahler, a orquestração é tão essencial como a voz.

Rui Cunha
 

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Visitas Culturais para o mês de Junho


Dia 4 de Junho de 2011

Porto - Vale de Cambra
e
Passagem pelo Miradouro das Baralhas

Recepção na Câmara Municipal de Vale de Cambra, pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal, Eng.º José Bastos

Périplo Industrial
Almoço na Estalagem Quinta Progresso (Antiga residência do Comendador Luiz Bernardo de Almeida)
Programa Cultural com Cavaquinhos e Cantares da Casa do Professor
Projecção multimédia sobre a “Serra em Flor”
Saída para a Serra
Macieira de Cambra: Pelourinho
Rôge: Cruzeiro Quinhentista
Aldeias Típicas
Castanheira: Pedras Parideiras e Frecha da Mizarela
Senhora da Saúde
Cavião: Museu/Biblioteca Fundação Dr. Manuel Luciano da Silva

Regresso ao Porto
 *
Visita Cultural organizada pela Drª. Margarida Negrais
com a colaboração da Câmara Municipal de Vale de Cambra
 
*
 
 
 
A Evolução da Humanidade em Atapuerca - Burgos

Os mosaicos romanos de La Olmeda e Tejada - Carrion de los Condes

- Museu da Evolução Humana (Burgos) - Catedral  -  Atapuerca - Olmeda - Saldanha (Museu e Aldeia) - Quintanilha de la Cueza - Museu de Leon

 Visita organizada pelo Prof. Doutor Armando Coelho, da Unidade Cultural de Arqueologia

*

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Corrida de Cão

"Corrida de Cão" é um filme de António Conceição produzido pela Escola das Artes da UCP. Vamos deixar um breve trailer para que tentem adivinhar quem a protagonista, será aluna do ICAFG?

terça-feira, 24 de maio de 2011

Parque Ocidental da Cidade do Porto


No meu post de 9 de Maio referi que para este local o Plano Auzelle (1962) previa a construção da Feira Internacional e do palácio dos congressos. Na verdade o que previa este Plano era a construção da Feira internacional e da zona desportiva do Castelo do Queijo.

Hoje encontrei, no blog DO PORTO E NÃO SÓ, uma interessantíssima foto daquela zona que inclui a Praça Gonçalves Zarco e o Castelo do Queijo.

Ainda existia o bairro da Xangai no local onde hoje está o Sea-life. Mas não tinha sido construído o Bela Cruz. Destaca-se, à direita a casa da família do Conde de Vizela.

Vale a pena admirar a extraordinária qualidade desta foto.



Rui Cunha

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Capelas do Porto

Capela de Carlos Alberto nos jardins do Palácio de Cristal.
Foi construída no final do século XIX, por iniciativa da princesa Augusta de Montlear, em memória do seu irmão, o Rei do Piemonte-Sardenha, Carlos Alberto, falecido em 28/7/1849 na quinta da Macieirinha.



Capela da Batalha
Existiu do lado esquerdo do Teatro de S. João. Foi construída naquele lugar em 1799. Estava anteriormente junto da saída da porta de Cimo de Vila. Foi mandada destruir, para alargamento do espaço daquele teatro, em 1919. 


Capela de Fradelos

A que hoje chamamos de FRADELOS, e cujo significado é o mesmo que FRADINHOS, fica localizado entre as ruas Guedes de Azevedo, Sá da Bandeira e Gonçalo Cristóvão. Historicamente, data do século XIII; mais propriamente ao ano de (1283), a mais antiga referência a este lugar. Trata-se da doação de uma herdade, feita ao Cabido por um tal " Pero Soeyro "e na qual por ocasião do aniversário da morte do doador, o Cabido se comprometia à execução de determinadas cerimonias religiosas. Naquela época, FRADELOS, então considerado como um arrabalde do Porto, era um lugar muito acidentado e pedregoso, repleto de terras férteis por entre as quais corria um pequeno ribeiro, o chamado RIo de Fradelos, que ia desaguar um pouco mais à frente, no Rio da Vila, junto da Porta dos Carros, ou seja, na actual Praça de Almeida Garret…                     
 - A FONTE DE FRADELOS, em cujo frontispício figurava a imagem de Nossa Senhora da Boa Hora.                                                        
- E UM HOSPÍCIO DE MONGES BENEDITINOS, e daqui a razão de ser do nome de FRADELOS ou FRADINHOS, instalado numa frondosa quinta e conhecido pelas “curas dos doentes” que o procuravam devido ao “ ar saudável do lugar, afastado da Poluição citadina”!.... os devotos de Nossa Senhora da Boa Hora, entenderam ser necessário e urgente construir uma pequena ermida na qual com a “desejada decência” a imagem de Nossa Senhora continuasse a ser venerada e objecto de culto.                         
ERMIDA DE FRADELOS - Que foi inaugurada em 19 de Agosto de 1804, seria construída por iniciativa do Padre Manuel Pinto Barbosa.     Mais tarde, já no decorrer de 1877; numa altura em que prosseguiam as obras de continuação do troço da Rua de Sá da Bandeira até à Rua Formosa, a Capela viria a ser removida do seu local primitivo, junto da Fonte de Fradelos, para o lugar onde se encontra nos dias de hoje.
A NOVA CAPELA - Para a qual muito contribuiu o capitalista João Guedes de Azevedo, foi inaugurada pelo bispo do Porto, a 9 de Julho de 1893. É uma construção rectangular de uma só nave, de arquitectura religiosa neoclássica, completada por:
- UMA TORRE SINEIRA, quadrada, que se sobrepõe à nave.
- E DOIS CORPOS LATERAIS ALONGADOS.A FACHADA PRINCIPAL, revestida a azulejos azuis e brancos, cujo autor foi Jorge Colaço, é dividida em (3) corpos :
- (2) LATERAIS, simétricos, que nos mostram duas janelas em arco entre as quais se destacam painéis de azulejo com as imagens de São José e Nossa Senhora da Boa Hora.
- E O CENTRAL, ligeiramente mais avançado, com portal encimado por frontão em arco abatido, sobreposto por um pequeno óculo redondo e finalizado por um outro frontão no qual se destaca o monograma AM e que se admite serem as iniciais de António Magalhães, o Ilustre benemérito a quem pertenciam os terrenos gratuitamente doados para a construção do templo.
O INTERIOR Para além do volume da torre sineira, fechado através de guarda-vento, e do coro alto com balaustrada de madeira, o realce vai para:
A CAPELA-MOR, rectangular, com tecto de estuque decorado por medalhões de centro dourado, e que nos apresenta:
- O RETÁBULO-MOR, em talha dourada, embelezado por uma tela central onde figura a imagem de Nossa Senhora da Boa Hora.
UM LAMBRIL DE AZULEJOS, da autoria de Jorge Colaço, que no 1º nível nos mostra um padrão geométrico e no 2º, de um lado, as figuras de Santa Teresa de Jesus, S. Francisco Xavier e D. Nuno Álvares Pereira orando em Aljubarrota e do outro, Santa Teresa de Jesus contemplando o cruzeiro do Monte Carmelo, na Palestina (Israel), a quem se atribui a origem da Ordem das Carmelitas.
O CORPO CENTRAL, com tecto estucado, adornado por medalhões dourados, que nos mostra :
AS PAREDES, revestidas de lambril de cantaria e encimado por azulejos, igualmente de Jorge Colaço, com particular destaque para os (10) painéis onde figuram os passos da vida de Santa Teresa de Jesus.
(4) RETÁBULOS de talha branca e dourada, encimados por tribunas.
(2) PÚLPITOS, de forma quadrada, também eles guarnecidos de talha branca e dourada.
E UM ARCO TRIUNFAL, de volta perfeita, com sanefa de talha. 

Visitando há anos esta capela vi, a meio da nave do lado direito e, salvo erro tapando uma porta, o mais humilde dos altares.  Quando em 1935 meu avô Augusto Cunha comprou a quinta de Marnel na freguesia de Bitarães (Paredes) existia uma velha casa que tinha uma pequena capela particular. Como desejasse reconstrui-la e torna-la casa de lavoura ofereceu o seu altar à Capela de Fradelos, pois era lá reitor o seu grande amigo Padre Matos Soares.




Capela das Almas
A Capela das Almas fica situada, no coração da baixa portuense, fazendo esquina com a Rua Santa Catarina e a Rua Fernandes Tomás, a sua construção data dos princípios do séc. XVIII…
A capela tem dois corpos, sendo o segundo mais baixo, e sofreu obras de ampliação e restauro que modificaram o estilo original, em 1801.
Data já do séc. XX (1929), todo o revestimento de azulejos do exterior, representando passos da vida de S. Francisco de Assis e de Santa Catarina, Santos adorados na dita capela.
O altar-mor e os altares da nave são de estilo neo-clássico. Estes são dedicados a S. João e a Nossa Senhora da Conceição e a Nossa Senhora de Fátima, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Dores, respectivamente à esquerda e à direita.
O painel do altar-mor representa a Ascensão do Senhor. Em plinto, junto ao altar-mor, a imagem do Senhor Ressuscitado.
À entrada, do lado esquerdo, podemos ver um painel de azulejos representando a imposição das Chagas a S. Francisco, à direita, as Almas, S. Francisco Santa Catarina.
É no entanto de salientar a curiosa mistura de cenas da vida de Santa Catarina de Sienna com a de Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir, patente na fachada principal. A última vez que estes foram objecto de recuperação foi em 1982.
(extracto do site PORTO XXI)
Segundo a Wikipédia os azulejos exteriores são de autoria de Eduardo Leite e foram executados pela Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, em Lisboa.


(continua)

Rui Cunha

sexta-feira, 20 de maio de 2011

As três fases da queda, um poema de Maria Laura Giesteira Faro-Barros



As três fases da queda

As minhas asas
Das memórias da minha querida senhora
Ana, três maneiras de combater o seu desaire:
Quando ainda era bebé, se caía (uma pequena
queda)... chorava, mais pelo desaire do que
pela dor sentida.
Mais crescida, se se magoava, mesmo que
doesse, não chorava, tinha vergonha do desaire
e queria que passasse despercebido, que fosse
ignorado.

Em adulta, se caía, ou se se magoava
(ligeiramente, claro), ria-se para que outros
não o fizessem por ela, para desdramatizar o
 acidente e desvalorizar o desaire.

Quem a visse hoje cair, levantar-se e
rir da situação, não compreendia esta sua
manifestação e considerava-a descabida.
No entanto a razão está do seu lado: é preciso
resolver os problemas que advêm de percalços
e não nos deixarmos intimidar, nem entregar à
ideia de "que azar o meu!". E necessário encarar
o "azar" com um "não me levas!" que nos dê
forças.

Visita cultural ao Senhor da Pedra, 26 de Maio


Dia 26 de Maio de 2011

Visita cultural ao Senhor da Pedra
na freguesia de Gulpilhares em V. N. Gaia

Será distribuída documentação sobre a história e a lenda do Senhor da Pedra com fotografias tiradas ao longo dos anos. A visita prevê uma reflexão sobre a amplitude e variedade estética de um raro Monumento mutante.

Orientação da Drª Teresa Barbosa da Unidade Cultural "Filosofia Aplicada"





quarta-feira, 18 de maio de 2011

“Pontes Romanas”, um novo vídeo de António Vasconcelos

Desde longa data tenho tido um enorme fascínio e admiração pelas grandes obras de engenharia construídas pelos romanos. Foi assim com muito interesse que participei nas aulas do Prof. José Tedim, Unidade cultural “A Cidade e a Historia”, nomeadamente quando tratou no inicio deste ano, da Cidade romana e as suas inovadoras construções.

Fui então desafiado pelo Professor para dar uma curta palestra integrada nas suas Aulas, tendo sido escolhido o tema “Pontes romanas” e foi neste contexto que surgiu o filme que vos quero apresentar.





Os romanos construíram inúmeras pontes e viadutos, das quais se destaca pela sua ousadia, a ponte de Alcântara, no rio Tejo, perto da nossa fronteira, construída durante o reinado do Imperador Trajano. Nessas pontes de alvenaria eram utilizados arcos de volta inteira, com vãos que chegavam a atingir os trinta metros.


António Vasconcelos

terça-feira, 17 de maio de 2011

Yuja Wang - The Flight of the Bumble-Bee


"The Flight of the Bumble-Bee" (O Vôo do Moscardo) é um interlúdio musical famosíssimo, composto pelo conde e compositor russo Nicolai  Rimsky - Korsakov para sua ópera O Tzar Saltan, entre 1899 e 1900. É um verdadeiro "tour de force" musical inicialmente escrito para um solo de violino.

Algum tempo depois o próprio Korsakov reescreveu a peça para o piano. Contudo, é uma tecnica tão difícil que o famoso pianista Vladimir von Pachmann (1848/1933) ao ler a partitura julgou-a "impossível de ser tocada". Anos depois Serguei Prokofiev (1891/1953) aceitou o desfio e abriu a porta para que pouquíssimos colegas realizassem essa proeza...

Yuja Wang, a jovem pianista chinesa, muitas vezes chamada a pianista dos “dedos voadores”, é considerada actualmente uma das 5 melhores do mundo dá um show de virtuosismo. Vejamos a sua interpretação.



Rui Cunha

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Viajar na Europa - a estação Stokel no Metro de Bruxelas



Vou apenas dar a conhecer aos leitores, uma interessante decoração da estação Stokel do Metro de Bruxelas, tendo como motivo as personagens dos álbuns de Tintin.
È na estação Stokel que se encontra um admirável fresco de personagens dos 22 álbuns de banda desenhada do Tintin. Esta estação situa-se no fim da linha 1 B e mesmo assim vale a pena fazer o sacrifício da longa deslocação até lá. Esta estação foi inaugurada em 1988 e desde então os seus painéis são uma homenagem do povo belga ao mundialmente conhecido Pai do Tintin.
Trata-se de dois frescos, cada um com 135 m de comprimento e cerca de 3 m de altura, com 140 silhuetas em relevo, fixadas em parede pintada de branco, representando as personagens dos álbuns de Hergé. As cores são muito brilhantes e ressaltam facilmente do fundo. È como se fosse um desfile das personagens com uma montagem adequada, que passa pelo nossos olhos. Simplesmente genial este memorial da obra do grande artista que foi Hergé e no qual está resumida toda a sua obra.
O desfile começa como não poderia deixar de ser pelo Tintin e o seu o cão Milou, seguido depois pelo capitão Hadock e termina com a alegre banda de Moulinsart, do álbum “As Jóias da Castafiore”. 



´


  

António Vasconcelos

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Fotografia e poema de Carlos A Silva Santos

   

  Experiencias_Parque_da_cidade_,__e_Paz_verde_052[1]
Fotografia registada no passado 5 De Maio no parque da cidade.


Paz

Caminhávamos pelo verde lado a lado
Observavas o voo das aves
naqueles fins de tarde,
Quem sabe procurando um poiso
para a noite que aí vinha.

Caminhávamos pelo verde lado a lado
Saboreando a tranquilidade
daqueles momentos,
Ouvindo o ronronar do mar.

Caminhávamos pelo verde lado a lado
Classificavas  flores,  arbustos e
outras espécies botânicas,
Talvez relembrando outros tempos.

Caminhávamos pelo verde lado a lado
Que ave será aquela?  Um maçarico, uma narceja?
E aquela outra, uma garça real? Aqui?

Caminhávamos pelo verde lado a lado
Às vezes de mão dada ou abraçados
sem medo de pisar as nossas sombras.

Caminhávamos pelo verde lado a lado
Envoltos nos pensamentos da semana,
do trabalho, da vida.
Na felicidade de estarmos juntos.

Caminhávamos pelo verde lado a lado
Olhando de quando em quando
 o voo de uma pequena bola branca.

*

Sobre a sua pessoa, Carlos Silva Santos afirma: Naveguei uma vida no mar encapelado da engenharia e da indústria. Dei a minha juventude e a minha chama de homem feito, à técnica e à gestão de empresas. Encontro-me agora na embocadura de um rio de poetas e artistas... Sinto-me bem, e vou  por ele acima, tanto quanto a Dra Celeste Alves, o Professor Jorge Rego e outros, me levarem.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Boletim nº 11


Boletim nº 11

Neste número
1 - Especial Dr. Paulo Reis (Curador e professor de Arte Contemporânea).
2 - Actividades e relatos de viagens.

Pode ser consultado AQUI.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Visitas Culturais para o mês de Maio


Dia 14 de Maio de 2011
Itinerário de Ramalde
 *
Visita orientada pelo Dr. Helder Pacheco
Inscrições Abertas



Dia 28 de Maio de 2011
Itinerário de Campanhã
*
Visita orientada pelo Dr. Helder Pacheco
Inscrições Abertas




Dia 4 de Junho de 2011

Porto - Vale de Cambra
e
Passagem pelo Miradouro das Baralhas

Recepção na Câmara Municipal de Vale de Cambra, pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal, Eng.º José Bastos

Périplo Industrial
Almoço na Estalagem Quinta Progresso (Antiga residência do Comendador Luiz Bernardo de Almeida)
Programa Cultural com Cavaquinhos e Cantares da Casa do Professor
Projecção multimédia sobre a “Serra em Flor”
Saída para a Serra
Macieira de Cambra: Pelourinho
Rôge: Cruzeiro Quinhentista
Aldeias Típicas
Castanheira: Pedras Parideiras e Frecha da Mizarela
Senhora da Saúde
Cavião: Museu/Biblioteca Fundação Dr. Manuel Luciano da Silva

Regresso ao Porto
 *
Visita Cultural organizada pela Drª. Margarida Negrais
com a colaboração da Câmara Municipal de Vale de Cambra

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Parque Ocidental da Cidade


Um pouco de História:

Em 1932, no "Prólogo ao plano de urbanização da Cidade do Porto", o Engº.Ezequiel de Campos defendia a criação de um espaço verde junto à Estrada da Circunvalação. O projecto ganhou forma nos anos 40,com o arquitecto italiano Muzio, e, em 1952 aparece no "Plano Regulador da Cidade do Porto", de Antão de Almeida Garrett. No site da CMP pode ler-se:
”Na primeira fase (de construção), de 1990 a 1993, foram disponibilizados 45 hectares localizados na parte mais oriental da área inicialmente prevista. Com a segunda fase, em 1998, o Parque estendeu-se para poente, até quase à orla marítima. O Parque da Cidade é o maior parque urbano do país, com uma superfície de 83 hectares de áreas verdes naturalizadas que se estendem até ao Oceano Atlântico, conferindo-lhe este facto, uma particularidade rara a nível mundial.
Previsto no Plano de Urbanização do Arquitecto Robert Auzelle nos anos 60, foi projectado pelo arquitecto paisagista Sidónio Pardal, tendo sido inaugurado em 1993 (1ª fase) e finalizado em 2002, com a construção da Frente Marítima.
Na sua concepção paisagística utilizam-se muitas das técnicas tradicionais da construção rural, o que confere ao parque uma expressão intemporal, naturalista e uma estrutura com grande poder de sobrevivência.
A presença da pedra proveniente de demolições de edifícios e de outras estruturas, assume uma característica preponderante deste parque, onde a construção de muros de suporte de terras, estadias, charcos drenantes para a retenção de águas das chuvas, descarregadores de superfície dos lagos, tanques, abrigos, bordaduras de caminhos e pavimentos, criam uma ideia rural e campestre.
Em 2000, foi seleccionado pela Ordem dos Engenheiros com uma das “100 obras mais notáveis construídas do século XX em Portugal. O Núcleo Rural de Aldoar foi inaugurado em 2002, após três anos de obras de restauro e recuperação das suas quatro quintas rurais. Os espaços recuperados sob a autoria dos arquitectos João Rapagão e César Fernandes, perpetuam a memória do Porto Rural e das suas características edificadoras, respeitando a identidade patrimonial e cultural das construções. Aí, podemos encontrar vários equipamentos – um restaurante, um salão de chá com esplanada e um picadeiro para o uso do Clube de Póneis e um Centro de Educação Ambiental, onde são realizadas várias actividades no âmbito da protecção do meio ambiente, dirigidas ao público escolar em geral. Na quinta 66, existem várias lojas de associações sem fins lucrativos que, no âmbito do “Comércio Justo”, promovem e comercializam os seus produtos oriundos principalmente da actividade artesanal e da agricultura biológica. A dinamização deste espaço permite a todos os utentes que quotidianamente frequentem o parque, usufruírem dum pólo de atracção num ambiente rural e natural único na cidade.”

O Plano Auzelle de 1962 previa para o parque a Feira  Internacional e o Palácio dos Congressos. Também já li, há anos, que se chegou a prever, nos anos 50, o pavilhão dos desportos, que depois substituiu o saudoso Palácio de Cristal.



Minha vivência no Parque

Desde 1942 que sempre me atraiu o espaço agora ocupado pelo Parque da Cidade. Eram esplêndidos campos com um frondoso pinhal ao fundo e uma grande quantidade de jovens e finos choupos muito bem alinhados. Estes choupos foram, na sua maioria, abatidos há um ano, pois alguns caíram por doença ou velhice.
Diariamente eu seguia no eléctrico 17, 2 ou 18 para o Passeio Alegre onde ficava o Colégio Brotero, onde andei dos meus 7 aos 15 anos.
Na viagem, mesmo mais que a vista do mar, eu regalava-me com aqueles campos tão bem trabalhados e aspecto muito fértil e a típica aldeia habitada que se via do lado nascente.
Depois de casado, dos anos 70 em diante, ia diariamente, com ou sem minha mulher, andar pelo menos meia hora, no intervalo do almoço.
Fizesse chuva ou sol, lá estávamos. Era a minha forma de descontrair e esquecer os meus trabalhos e arrelias.
Mais tarde, quando se começou a fazer o parque, íamos seguindo as obras com o maior interesse e descobrindo qual o projecto para aquele espaço. Recordo-me que a certa altura vi dezenas de camiões construindo um muro de terra altíssimo que cortava o parque a meio não permitindo a vista do mar desde nascente. Depois, com a continuação das obras, fui entendendo o que se pretendia; a barreira dos ventos marítimos para defesa de espécies vegetais.
Assim que começaram a fazer os lagos, de nascente para poente, e apareceram os primeiros patos fomo-los contando. Recordo-me que de início eram meia dúzia deles, mas tão bem adaptados que rapidamente se foram reproduzindo e frequentemente os íamos contando.
Deixamos de os contar quando um dia chegámos à centena.
Um fenómeno muito interessante, e de que não sabemos a razão, era o facto de as ninhadas iniciais serem de 7 a 13 crias (sempre em número impar!), mas a partir de certa altura, quando o número de patos se tornou considerável, começaram a ser menores e menos frequentes. Poderemos
pensar que a natureza se equilibra conforme a densidade.
Muitas e belíssimas coisas se foram construindo no Parque, mas quero destacar o Núcleo Rural. É na verdade um espaço maravilhoso e que completa o aspecto rústico, muito enriquecido pelas milhares de pedras usadas vindas de demolições, caminhos etc. e que muito me agradam. Quantas vezes as olho e me ponho a pensar qual teria sido a sua história! Seguramente história da nossa cidade; pisadas por tanta gente ou suportando a passagem de rodas e animais. O que teriam elas visto? Poesias…
Um dos grandes prazeres que sinto é ouvir, em especial na Primavera, a variedade de, sons das aves “apaixonadas” que me fazem reviver os tempos de férias escolares na aldeia! E o coaxar das rãs as bordas do rio que atravessava a nossa propriedade.
Mas a minha maior alegria é ver as centenas, e por vezes milhares de pessoas, que desfrutam daquele espaço tão saudável. Que beleza ver tantas crianças das escolas, usualmente com chapéus de cores vivas e diferentes consoante a escola! Chegam aos magotes, a maioria em autocarros de variadíssimas terras de norte a sul, mas a maioria do norte do Douro. 
Encontram-se espanhóis, franceses, ingleses e de outras nacionalidades. Ultimamente visitam-no pessoas dos países de Leste com as suas línguas características.
Tenho a certeza que a saúde física e mental da nossa cidade muito deve a este maravilhoso Parque da Cidade.
Porém, toda a bela tem um senão. Infelizmente foi feito sobre a praia o chamado edifício transparente (?) que prejudica todo este paraíso. Porque o construíram aí? Segredos de estado, certamente.
Considero o Parque da cidade a obra mais importante feita na no Porto no século XX.


FOTOGRAFIAS:

Recebi há dias um email com fotografias maravilhosas do excelente fotógrafo e bloguista Portojo, que é a melhor reportagem que até hoje vi sobre este local. Com a devida vénia foram convertidas para vídeo para as poder mostrar aqui. É também da autoria deste bloguer o site que recomendamos e seguimos http://portojofotos.blogspot.com/.



Rui Cunha