quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dois poetas: Alberto Aroso e M. Margarida Ramos




As minhas asas

Eu tinha umas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Que, em me cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.

Almeida Garrett in "Flores sem Fruto



Eu não tenho asas brancas,
Não posso voar ao céu,
Nenhum anjo me deu asas,
Porque é que não mas deu?

Preso à terra com grilhetas
De enfeitiçados amores,
Tudo perdi, sem ter tido
Asas brancas, brancas flores!

Alberto Aroso





A Fonte

Nascente de água viva
que jorra cantando
Vai banhar a terra ressequida
sem distinção, a todos refrescando

Manancial de conhecimentos
para ávido intelecto
Cerne de verdade onde o espírito mergulha
se alimenta e se deleita

M. Margarida Ramos

Sem comentários:

Enviar um comentário